De acordo com dados do Banco Central, no Brasil, há cerca de 85 milhões de usuários de cartões de crédito. As bandeiras desses cartões costumam incluir, entre os benefícios, seguro viagem gratuito para categorias mais elevadas (gold, platinum, black, infinite e similares). No entanto, é preciso estar atento: para boa parte das viagens, esse seguro dos cartões de crédito não é suficiente, e o viajante pode se dar conta disso tarde demais.
O alerta é do especialista Hugo Reichenbach, diretor de operações e sócio da Real Seguro Viagem, o primeiro comparador online de seguros de viagem do Brasil. Ele explica que, na grande maioria dos casos, o valor do seguro viagem oferecido pelas bandeiras de cartão de crédito como benefício sequer cobre o mínimo exigido em países que estão entre os destinos mais procurados. “Nesse caso, o viajante não consegue nem passar pelo setor de migração”, afirma.
Outro problema, adverte o especialista, é que a cobertura do seguro viagem dos cartões de crédito é feita, na maior parte, por reembolso. Ou seja, o viajante arca com as despesas do imprevisto (como o atendimento médicoe, posteriormente, é ressarcido. Com os planos das seguradoras, não: os custos já são supridos diretamente por essas empresas.
Há ainda um detalhe que, por vezes, escapa da atenção do viajante: o benefício do seguro viagem do cartão de crédito só costuma valer se a compra da viagem (passagem, pacotefor feita com o cartão de crédito. “A pessoa pode achar que está segurada, mas só percebe que não está quando precisar e então se dá conta de que a ativação do benefício estava condicionada a essa forma de pagamento”, ressalta.
Há variações de bandeira para bandeira, todavia, em geral, não costumam contemplar dois dos problemas mais recorrentes: o extravio de bagagem e o cancelamento de voos. São restritas também as despesas com assistência médica, geralmente limitadas a atendimentos emergenciais, com tetos de valores quase sempre inferiores ao custo real desses atendimentos.